A importância dos testes de fala na avaliação auditiva

Sempre que pensamos em audiometria a primeira coisa que vem à cabeça é a audiometria tonal, onde o paciente precisa sinalizar que está ouvindo o mais baixo possível cada som apresentado. Sim, a audiometria tonal é a base e é através dela que determinamos se o paciente tem audição normal ou não, e nos casos de perda auditiva, determinamos seu tipo, grau e configuração.

Porém a audiometria vocal, ou logoaudiometria, também é extremamente valiosa na avaliação da audição. Precisamos lembrar que a função primordial da audição é possibilitar que nos comuniquemos e é através da audiometria vocal que analisamos como o indivíduo escuta os sons da fala.

Por isso, a audiometria vocal deve ser sempre realizada, mesmo que seja necessária a adaptação dos testes. Em crianças é muito comum que ela não queira repetir a palavra, podemos então realizar perguntas ou até ordem simples, sendo possível investigar em qual intensidade mais baixa conseguimos resposta, o que já nos mostra se a criança compreende a fala em uma intensidade considerada normal ou não. Também podemos lançar mão de tábuas com figuras, onde o paciente deve apontar para a figura dita. Lembrando sempre de colocar uma observação no seu exame caso o teste tenha sido realizado com alguma adaptação.

Outro ponto também importante é o cuidado na realização do IPRF (índice percentual de reconhecimento de fala). Sempre que houver um desempenho ruim nos monossílabos precisamos realizar os dissílabos e se for ruim nos dissílabos precisamos realizar os trissílabos. Existe um motivo para isso, pois precisamos observar se com o aumento das pistas auditiva há também a melhora da discriminação auditiva. Apesar disso, é muito comum observar exames onde mesmo com desempenho ruim em monossílabos os outros testes não foram realizados. E aqui cabe uma reflexão sobre o nosso papel ao realizarmos a audiometria. É premissa básica que o exame deve ser realizado com o método preconizado.

Por fim, mesmo que não seja possível a realização do testes de reconhecimento (IRF e LRF) ainda assim é possível observar ao menos a intensidade mais baixa que o indivíduo reage para fala, realizando  o LDF, o que pode nos ajudar a confirmar os limiares tonais bem como a ter algum parâmetro de a partir de quanto o indivíduo consegue escutar a fala.

Então nada de não realizar teste de fala, seja em criança ou não, e quando realizá-lo o faça de forma correta!

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Sobre Erica Sitta

Sou Fonoaudióloga formada pelo Centro Universitário de Araraquara (UNIARA). Pós-graduada em Motricidade Orofacial; Atuação em Motricidade Orofacial em casos Odontológicos; Voz; Neurociência e processo de envelhecimento cerebral pela Universidade de São Paulo (FOB/USP). Formação em Thai Massagem, Massagem com pedras frias e quentes e também em Bambuterapia. Pós-graduada em Biopsicologia: Ciência do corpo e da mente pelo Instituto Visão Futuro. Mestre em Ciências (Atuação em Saúde Coletiva) pela Universidade de São Paulo (FOB/USP). CRFa 2-15522 Professora de Hatha e Tantra Yoga.

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