Escrever implica compreender que os traços realizados são signos que têm um valor simbólico. Signo e símbolo são termos diferentes: se uma representação tem relação direta com um fato, é um signo; por exemplo: as pegadas deixadas por uma gaivota na areia; se sua relação é indireta e convencional, isto é, aceita por um grupo, é um símbolo; por exemplo: uma bandeira.
A comunicação escrita entre os seres humanos iniciou-se através de signos; as ideias eram representadas em relação direta com as coisas que se queriam dar a entender. Posteriormente estabeleceram-se determinadas convenções que deram origem a grafismos que, ao não ter uma relação objetiva e direta com o significado, passaram a constituir símbolos.
Dado que a escrita é um grafismo privilegiado, carregado de sentido, é necessário que a criança tenha alcançado um nível suficiente de desenvolvimento da função simbólica para compreender, ou ao menos sentir, que a escrita envolve um sentido e transmite uma mensagem.
Dentro da prática pedagógica é necessário destacar a importância da significação na escrita. Ler e escrever colocam em jogo a função simbólica, isto é, a capacidade do homem em substituir objetos, ações, acontecimentos, fenômenos por outra coisa que os represente.
A significação da escrita pressupõe que se ative na criança uma verdadeira rede neural mediante a qual substitui-se gradualmente um objeto real ou uma ação por uma palavra escrita.