A função primordial de se fazer uma avaliação da linguagem da criança é obter o conhecimento sobre as capacidades e as deficiências que essa criança apresenta a respeito do seu funcionamento linguístico.
Para tanto, é necessário avaliarmos cada componente linguístico de forma separada para compreendê-los melhor e assim, sermos capazes de definirmos os objetivos mais urgentes a serem alcançados e planejarmos as intervenções mais adequadas para tal finalidade.
A avaliação da linguagem deve ser capaz de responder questões sobre as habilidades receptivas e expressivas e quais os componentes linguísticos que apresentam alteração (fonologia, semântica, léxico, morfologia e pragmática). Para determinarmos o perfil linguístico de uma criança é importante que todas essas dimensões sejam avaliadas para que possamos identificar em qual delas está o maior prejuízo e qual impacto isso traz na sua comunicação.
A literatura indica que para que se obtenha uma correta interpretação sobre as respostas das crianças, é necessário o uso de protocolos e testes formais, ou seja, comprovados e validados, capazes de fornecer dados normativos e parâmetros de análise. Em contrapartida, necessita também de uma dose de subjetividade para que se dê o devido crédito e participação do ambiente e das experiências vividas por cada sujeito.
Além disso, quem trabalha com linguagem infantil precisa conhecer a fundo os marcos de desenvolvimento global da criança, uma vez que a linguagem se apoia e interage com questões do desenvolvimento neuropsicoevolutivo, em seus aspectos, motor, cognitivo, emocional e social.
Em resumo, a linguagem humana é complexa e dinâmica e sua avaliação é um desafio e um aprendizado constante. Ter uma base de observação cuidadosa sobre o sujeito, o contexto e o instrumento de avaliação é condição indispensável ao profissional que se propõe a realizá-la.
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